As dores articulares crônicas prejudicam a qualidade de vida da população e têm como causas a osteoartrite ou desgaste e inflamação das articulações pelo envelhecimento, excesso de peso corporal, trabalhos repetitivos, lesões e a artrite reumatoide, com caráter autoimune. Em ambas, a inflamação leva à destruição das cartilagens, acometimento ósseo, dor e redução da mobilidade, que afetam a independência e contribuem para o aparecimento de ansiedade, depressão e apatia.
A automedicação, com uso excessivo de anti-inflamatórios não esteroidais/analgésicos que são inibidores da cicloxigenase 1 (isoforma constitutiva), pode causar efeitos colaterais pela redução de prostaglandinas protetoras nos tratos digestório (gastrites e úlceras) e renal (redução da filtração glomerular). Neste contexto, a fitoterapia possui potencial, pela eficácia analgésica e anti-inflamatória, com mecanismos de ação múltiplos e mais abrangentes e a possibilidade de redução de efeitos colaterais.
Mitidol® é um fitoativo constituído por Zingiber officinale (gengibre), rico em gingerois e shogaois e por Acmella oleracea (jambu), nativa do Brasil e rica em alcamidas/espilantol. Ambas possuem tradicionalidade de uso e resultados de pesquisa positivos em doenças inflamatórias e dor. É formulado em tecnologia Phytosome® para a biodisponibilidade adequada, o que reforça a eficácia e a adesão ao tratamento, especialmente quando se considera a melhora da dor.
Saiba mais sobre o mecanismo de Mitidol® para melhora da amplitude e frequência dos movimentos.
Em estudo clínico, Mitidol® apresentou efeito analgésico em 10 dias de tratamento e melhora da funcionalidade articular e da qualidade de vida em pacientes com osteoartrite moderada de joelho, justificada por uma mescla de mecanismos de ação. São relatadas a inibição de cicloxigenase 2, isoforma induzível presente apenas em sítios inflamados e que reduz os efeitos colaterais, ativação do sistema serotoninérgico e gabaérgico, bloqueio de canais de sódio voltagem dependentes, redução de leucotrienos e de citocinas inflamatórias como IL-1, TNF-α eIL-8.
Mais recentemente, muita atenção tem sido dada ao sistema endocanabinoide, como alvo no tratamento da dor. Este sistema utiliza os receptores CB1 e CB2 e tem ligantes endógenos, como a anandamida e o 2-araquidonoilglicerol (2-AG).
Em estudos pré-clínicos in vitro para elucidação dos mecanismos analgésicos e anti-inflamatórios de Mitidol®, os compostos de Acmella oleracea estimularam os receptores CB2, encontrados predominantemente na periferia (tecidos e células imunológicas e hematopoiéticas, osso, fígado, terminais nervosos periféricos, queratinócitos) e na microglia cerebral. Estes receptores são inibidores da liberação de citocinas e quimiocinas e da migração de neutrófilos e macrófagos, reduzindo a inflamação e a dor crônica.
A ativação de CB2 nos queratinócitos estimula a liberação de β-endorfina, que atua nos receptores opioides μ nos neurônios sensoriais periféricos para inibir a percepção de dor. As duas espécies de Mitidol®, especialmente o composto 6-shogaol de Zingiber officinale inibiram a enzima amida hidrolase de ácidos graxos (AHAC), responsável pelo rápido catabolismo da anandamida. Com a enzima inibida, a anandamida fica mais biodisponível para interação com seus receptores.
A estimulação do sistema endocanabinoides pelo receptor CB2 é também importante para a segurança de utilização, pois não produz efeitos mentais e psicológicos semelhantes ao tetrahidrocanabinol (THC), que é substância responsável pela maioria dos efeitos psicológicos da Cannabis sativa e que podem causar adicção. Para reforçar esta informação, o mesmo estudo apontou que não há estimulação do receptor CB1, concentrado no sistema nervoso central e que é responsável pelos efeitos que podem afetar as funções cognitivas, dor e memória de curto prazo (córtex cerebral e hipocampo), controle e coordenação motora (gânglios da base e cerebelo), hipotermia e hiperfagia (hipotálamo).
A ação combinada de Mitidol® contribui para o tratamento de sintomas de osteoartrite e artrite reumatoide, otimizando o movimento e a qualidade de vida dos pacientes afetados.
Profa. Patrícia Corrêa Dias
Farmacêutica & Speaker Florien
Pós-Doutoranda/Professora do Curso de Especialização em Fitoterapia Clínica UFSCar
REFERÊNCIAS
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