Esta é uma dúvida muito frequente entre os vários profissionais de saúde (médicos, nutricionistas, farmacêuticos clínicos, fisioterapeutas, enfermeiros, dentistas). Para prescrever uma planta medicinal eu preciso entender os mecanismos de ação, o sinergismo dos fitocomplexos, as interações medicamentosas, os possíveis efeitos colaterais… porém também preciso saber como colocar isto corretamente em uma receita.
Para ter a eficácia e a segurança no uso. Vamos entender:
Utilizar princípios ativos isolados não é fitoterapia. Na prescrição de fitoterápicos, as plantas medicinais devem ser identificadas pelo nome científico (gênero e espécie), seguida da parte da planta que os estudos mostraram eficácia. Devemos ainda colocar se esta planta possui alguma padronização ou concentração e depois a dose.
Exemplo:
Tribulus terrestris, fruto, Extrato Seco (ES) 40% de saponinas esteroidais —- 500mg
Onde Tribulus é o gênero, terrestris é a espécie, fruto é a parte utilizada, e Extrato Seco (ES) 40% de saponinas esteroidais é o extrato concentrado que este marcador tem.
Quando temos no mercado algum ativo diferenciado com uma padronização mais específica e que é um exclusivo de alguma empresa devemos ainda assim escrever o nome científico, porém devemos colocar entre parênteses este nome comercial para garantirmos que a farmácia fará exatamente o que estamos pedindo.
Tribulus terrestris (ProtUp®) ——180mg
Onde Tribulus é o gênero, terrestris é a espécie, e ProtUp é um ativo exclusivo feito desta planta que tem a padronização diferente, pois tem 30% de protodioscina que é uma saponina esteroidal mais biodisponível , portanto podemos utilizar uma dose mais baixa.
Uma receita correta em fitoterapia deve ter todas estas informações, além da posologia, forma farmacêutica de apresentação e duração do tratamento.
Uso oral:
Camellia sinensis (Greenselect phytossome®) ————————————120mg
Tribulus terrestris (ProtUp®) ———————————————————–180mg
Ganoderma licidum (fruto) ES 10% polissacarídeos………………………………200mg
Doses em cápsulas para 30 dias, tomar 2 x ao dia, ao acordar e final de tarde.
Alerto para o fato de que alguns profissionais têm restrições quanto aos seus conselhos ou órgãos reguladores em fitoterapia.
Os nutricionistas podem prescrever fitoterápicos apenas para uso oral e não podem combinar eles com vitaminas, minerais ou aminoácidos em uma mesma formulação.
Existe ainda algumas plantas medicinais que só podem ser prescritas por médicos, esta lista você pode obter consultando a IN.02/2014 da Anvisa.
Importante saber: os estudos e a prática clínica mostram cada vez mais que a associação de plantas medicinais é mais eficaz e segura do que a monoterapia, por este motivo aprender a associar fitoterápicos de acordo com cada patologia é fundamental.
Vá em busca do conhecimento, seu paciente agradece!
Dra. Maria Angélica Fiut
Nutricionista e Fitoterapeuta
Presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (ABFIT)